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  Exposição de cartazes e mostra de cinema abrem as comemorações pelos 75 anos de Vlado
Textos: João Paulo Brito e Ana Luisa Gomes Fotos: João Paulo Brito
  09/06/2012

Mostra de cinema resgata documentário dirigido por Vlado e abre as comemorações pelos 75 anos de seu nascimento

Por João Paulo Brito e Ana Luisa Gomes

Uma exposição de cartazes tematizados na luta pelos direitos humanos e uma mostra de cinema que reúne cerca de 60 documentários políticos latinoamericanos oficializou a abertura das comemorações dos 75 anos de nascimento de Vladimir Herzog. O evento, ocorrido no último dia 31 de maio, na Cinemateca Brasileira, reuniu cerca de 150 convidados, dentre os quais artistas, jornalistas, historiadores, cineastas, políticos e ativistas da luta pelos direitos humanos. 

A exposição “96 Cartazes Políticos”, que contou com a curadoria do historiador Vladimir Sacchetta, reúne peças produzidos nos anos 1970 por diversos países da América Latina denunciando as violações aos Direitos Humanos cometidas pelas ditaduras no continente. As visitas estarão abertas ao público até o dia 8 de julho, no foyer da Sala BNDES.   

Na noite de abertura da Mostra de Cinema “Memória e Transformação” foram exibidos três curtas: “Tire Dié”, de Fernando Birri e alunos do Instituto de Cinematografia de la Universidad Nacional  del Litoral; “Marimbás”, primeiro e único filme dirigido por Vladimir Herzog; e “Vlado e Birri: encontros”, de Marina Weis e Laura Faerman.  Programada para ocorrer na Cinemateca entre os dias 19 de junho a 8 de julho, e no CineSESC no período de 29 de junho a 5 de julho, a Mostra reúne 49 documentários sobre o cenário sociopolítico de países latino-americanos no contexto de governos totalitários. Entre os destaques, estão: Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, 2005); Nostalgia da Luz (Patrício Guzmán, 2010); e O Edifício dos Chilenos (Macarena Aguró, 2010).

Além da mostra de cinema, o Instituto Vladimir Herzog também promove de 4 a 7 de julho um curso de cinema coordenado pelo cineasta chileno Patrício Guzmán e voltado a estudantes universitários. As inscrições para concorrer às 60 vagas já estão abertas. Para maiores informações e inscrições, acesse o hot site do Memória e Transformação.
Todas as atividades programadas para comemorar a vida de Vlado são promovidas pelo Instituto Vladimir Herzog - organização criada em 2009 por familiares e amigos do jornalista para promover projetos que enalteçam as lutas democráticas e garantam o direito à vida e à justiça.   


Repercussões

Por João Paulo Brito 

Cartazes que contam o passado e preparam o futuro 

O curador da exposição de cartazes, Vladmir Sacchetta, explicou que o Instituto aproveitou a ocasião do aniversário de 75 anos de Vladmir Herzog para apresentar estes eventos no intuito de levar o público a refletir sobre os processos políticos que os países latino-americanos passaram nos períodos ditatoriais. “É importante às pessoas se atentarem que o Brasil foi o primeiro país a ter uma ditadura militar instaurada e o último a ter uma Comissão da Verdade”, exemplificou o curador.

“É perigosíssimo para o país ter uma juventude que não tem memória do ocorreu na História”, disse o senador italiano e ativista social José Luis Del Roio, ressaltando a importância da Mostra para as novas gerações. Para o político comunista que, em 1966, ao lado de Carlos Marighella, fundou a Aliança Libertadora Nacional (ALN), com a qual abraçou a luta armada como forma de resistência à ditadura militar, apesar de os jovens de hoje não terem vivido esse período, eles devem reconhecer quem foram seus heróis e heroínas. “Isso não é saudosismo, é construção do futuro”, explica.

O senador Del Roio complementou que eventos como estes contam de forma mais sincera como foi a história do país. “A classe dominante tentou sempre desenhar a história de maneira pacífica, doce e da oligarquia. Mas não é essa a história do Brasil, e sim uma história de um povo sofrido, cheio de lutas e muitas derrotas”. 

Certo dos avanços do país em levar para dentro do sistema público de ensino as discussões sobre as violações dos Direitos Humanos cometidos no regime ditatorial, Del Roio aponta que “quando a Comissão da Verdade concluir sua pesquisa e fizer seu documento, este será, a partir de então, a versão oficial do Estado sobre a ditadura militar. Logo, pelo menos as escolas públicas serão obrigadas a ter isso em seus livros de história”.

Vlado e seus amigos cineastas

Também presente na abertura da Mostra, João Batista de Andrade, diretor de filmes como “O homem que virou suco” e “Vlado, 30 anos depois”, que será exibido na Mostra, rememorou os tempos em que começou a trabalhar na TV Cultura ao lado de Vladmir Herzog, época em que ele aponta ter sido o momento de reflexão sobre a ética e a estética do cinema.

“Nesse período, a partir de conversas com Vlado e Fernando (Birri), eu propus uma inversão na autoridade da informação, que significava ouvir o povo ao invés de ouvir as autoridades de um determinado assunto”, conta o cineasta.
João Batista disse se sentir contente por esta linha estar sendo seguida por uma grande parte das novas gerações de documentaristas, mas ressaltou quanto à necessidade do cineasta de estar sempre refletindo sobre as formas de fazer cinema. 

O primeiro documentário exibido, “Tire Dié”, retrata o subúrbio da cidade argentina de Santa Fé, onde a acentuada pobreza e a falta de assistências obrigam famílias a enviarem suas crianças às vias dos trens para pedir esmolas aos passageiros das locomotivas. Em “Vlado e Birri: encontros”, o cineasta narra suas recordações afetivas com e sem seu amigo Vladmir Herzog, passando por momentos do pós-morte do jornalista. Já em “Marimbás”, Herzog, em sua única produção cinematográfica, volta sua atenção para a realidade social de um grupo de homens que sobrevivia da pesca no Posto 6, em Copacabana.


Confira as demais atividades comemorativas aos 75 anos de nascimento de Vladmir Herzog

Cantata O Diário de Anne Frank
Coro e orquestra, com regência do maestro Martinho Lutero
29 e 30 de junho, às 21h, e 1 de julho às19h
Auditório do Ibirapuera
Av. Pedro Álvares Cabral, 0 – Parque do Ibirapuera – Portão 3
Entrada gratuita mediante retirada de ingressos


Seminário Direito à Verdade e à Memória
Coordenação: Sergio Adorno – Núcleo de Estudos da Violência da USP
28 de junho, às 20h
IItaú Cultural
Av. Paulista, 149
Entrada Gratuita


Mais Informações: www.vladimirherzog.org

 
 
 
   
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