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  Militares brasileiros no Haiti são tema da primeira conferência de imprensa do XI Curso de Informação sobre Jornalismo em Conflito Armado
Texto: Giulia Afiune/ Fotos: Nivaldo Silva
  21/08/2012

Na primeira conferência de imprensa do XI Curso de Informação sobre Jornalismo em Conflito Armado e Outras Situações de Violência, realizada sábado, 18 de agosto, o tenente-coronel Sérgio Lamellas falou sobre a relação do Exército com a imprensa e sobre a presença militar brasileira no Haiti, integrando a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti). Como oficial de Estado-Maior, Lamellas foi chefe da comunicação social do 2° Batalhão de Infantaria de Força de Paz no Haiti (BRABATT 2), entre 2011 e 2012.

O curso, promovido pela OBORÉ em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e realizado no âmbito do Projeto Repórter do Futuro, tem como coordenador pedagógico o jornalista João Paulo Charleaux e se estende até 29 de setembro, contando com mais quatro conferências/coletivas de imprensa.



Tenente-Coronel Sergio Lamellas fala sobre a Missão de Paz no Haiti. 

MINUSTAH

A MINUSTAH foi instalada em 2004 e possui diferentes frentes de trabalho. Lamellas informou que o Exército brasileiro opera na área de patrulhamento, engenharia e ajuda humanitária. Apesar de estar há 8 anos no país, a Missão de Paz ainda não tem data para acabar. “O país já estava sendo estabilizado, quando aconteceu o terremoto [em janeiro de 2010], que atingiu todo centro político e administrativo do Haiti em Porto Príncipe”. O tenente-coronel contou que somente agora o país está voltando a ser estável. O acordo para a presença da Missão de Paz no país será novamente discutido em uma reunião dos seis países que compõem o Conselho de Segurança da ONU mais o Haiti, em outubro deste ano.

Apesar de não haver prazo para a retirada das tropas, o Exército brasileiro está diminuindo seu efetivo no Haiti. Segundo Lamellas, em 2012, 280 homens deixaram o país. No entanto, oficiais brasileiros ocupam altos cargos na MINUSTAH, como o General Goulart, que chefia o componente militar da Missão de Paz.


Alunos e coordenação conversam sobre o resultado da primeira conferência do curso.

Resultados e críticas

De acordo com Lamellas, a MINUSTAH já conseguiu reduzir os índices de criminalidade da capital haitiana, Porto Príncipe. A Missão de Paz classifica o perigo nas regiões da cidade por meio das cores verde, amarelo e vermelha, em ordem crescente de risco. “As únicas áreas da cidade que eram vermelhas, Bel Air e Cite Soléil, hoje são amarelas”, contou. Lamellas disse que a maior favela do Haiti, Cite Soléil já está pacificada. De acordo com ele, hoje só há gangues que fazem assaltos, tráfico de drogas e contrabando de forma pontual, não mais os grupos articulados que existiam em 2004.

Com um efetivo de10 a12 mil oficiais, a Polícia Nacional do Haiti (PNH) está se fortalecendo e recebe treinamento da Polícia da ONU, relatou Lamellas. Contudo, este número ainda é inferior ao efetivo total de pessoas na MINUSTAH, cerca de 12 mil, dos quais em torno de 2 mil são brasileiros.

A presença militar no Haiti é alvo de muitas críticas, tendo em vista que uma série de abusos de força já foram noticiados. “Se isso acontecer, o militar é repatriado e uma investigação sobre o caso é aberta”, respondeu Lamellas a uma das perguntas feitas pelos estudantes sobre o assunto. Ele acrescentou que nenhum militar brasileiro foi repatriado.

Em relação aos movimentos que reivindicam a saída das tropas brasileiras do país caribenho, Lamellas afirmou que não poderia se pronunciar. “Nós não nos envolvemos na área política”.

Relação do Exército com a Imprensa

Segundo Lamellas, a missão do CCOMSEx (Centro de Comunicação Social do Exército) é preservar e fortalecer a imagem do Exército. Para isso, eles buscam se aproximar dos profissionais de imprensa, realizando cursos, fornecendo informações e promovendo viagens para os formadores de opinião. Um exemplo é a 6ª Viagem de Estudos e Reportagens à Amazônia, da qual participaram os estudantes do 6º Curso Descobrir a Amazônia, Descobrir-se Repórter, do Projeto Repórter do Futuro.

Lamellas também mostrou o que devem fazer os jornalistas que querem conhecer a Missão de Paz acompanhando as tropas brasileiras. Os brasileiros devem procurar o CCOMSEx ou a assessoria de comunicação do Ministério da Defesa e informar a pauta. A partir daí, esses órgãos irão avaliar o caso e o jornalista entrará em uma fila de interessados. Uma vez lá, o jornalista terá um roteiro preparado para que possa cumprir sua pauta.

Confira a apresentação de slides do ten. cel. Lamellas

Programação:

25 de agosto
8h30 – Gabriel Valladares, assessor jurídico do CICV, sobre as normas aplicáveis em conflitos armados e outras situações de violência e as contribuições do CICV.
Local: Centro de Imprensa/Redação Escola da OBORÉ

1° de setembro
8h30 – Coronel André Vianna, da reserva da Polícia Militar de São Paulo, sobre as normas internacionais aplicáveis à função policial no uso da força e de armas de fogo.
Local: Centro de Imprensa/Redação Escola da OBORÉ

15 de setembro
8h30 – Cláudia Antunes, ex-repórter especial do jornal Folha de S. Paulo, atualmente, repórter da revista Piauí, sobre a cobertura de conflitos armados e outras situações de violência.
Local: Centro de Imprensa/Redação Escola da OBORÉ

29 de setembro
8h30 – Cerimônia de encerramento
Exposição de Reginaldo Nasser, professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, sobre a cobertura jornalística de política externa brasileira, além dos atores tradicionais.
Local: Câmara Municipal – Auditório Sérgio Vieira de Mello (Viaduto Jacareí 100 – Bela Vista Sao Paulo)

 
 
 
   
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