Quinta-feira, 25 de Abril de 2024 Pesquisa no site
 
A OBORÉ
  Abertura
  Histórico
  Missão
  Frentes de Trabalho
  Parceiros
  Prêmios
  Fale Conosco
  Galeria de Fotos
Núcleo de Rádio
Núcleo de Cursos
Núcleo de Gestão da Informação
Notícias
Atividades Especiais
  V Ciclo de Cinema e Reflexão se encerra com diálogo sobre a paz entre os povos
Texto e Fotos: João Paulo Brito
  10/09/2012

No encerramento do V Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer, uma bancada composta por averroistas - vencedores do Troféu Averroes - conversou com o público sobre tolerância, convivência pacífica entre culturas, religiões e etnias e discutiram sobre as contribuições que os estudos do pensador espanhol Averroes trouxeram à ciência moderna. Na derradeira sessão do Ciclo, realizada sexta-feira (07/09) na Cinemateca Brasileira, foi apresentando o filme “Os Sábios de Córdoba”, do cineasta Jacob Bender.

O escritor ítalo brasileiro e senador da República italiana José Luiz Del Roio coordenou a mesa que contou com a presença do jornalista, professor livre-docente e escritor Manuel Carlos Chaparro; Ausonia Favorido Donato, diretora pedagógica do Colégio Equipe e pesquisadora do Núcleo de Formação e Desenvolvimento profissional do Instituto de Saúde da Secretaria da Saúde de São Paulo; e Marco Túllio de Assis Figueiredo, professor titular do curso de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina de Itajubá (MG) e membro fundador da International Association for Hospice and Palliative Care (Houston/USA).

No decorrer dos cinco dias que se realizou o Ciclo, cinema, música, jornalismo e medicina dialogaram sobre a vida e sua terminalidade, atraindo pessoas de diversos cantos do Brasil para aprender a viver para aprender a morrer.

O ciclo foi realizado pelo Hospital Premier, OBORÉ Projetos Especiais em Comunicações e Artes, Grupo Saber Mais Educação e Pesquisa e Cinemateca Brasileira. Ainda contou com o apoio da Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt), Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), Instituto Paliar e Câmara Municipal de São Paulo.

Confira aqui o folder com a programação completa

Leia também:

V Ciclo de Cinema e Reflexão alia filosofia, jornalismo e medicina para dialogar sobre reconstrução de vínculos afetivos diante da enfermidade e da solidão

Solidão, velhice e acolhimento foram temas do V Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer nesta quarta

Com filme "O Escafandro e a Borboleta", Ciclo de Cinema reflete sobre cuidados paliativos em pessoas com síndrome do encarceramento

Abertura do V Ciclo de Cinema e Reflexão traz documentário, palestras e reflexão sobre cuidados paliativos

Em sua 5ª edição, Ciclo de Cinema e Reflexão alia arte e medicina para discutir o fim da vida


Ao se deparar com um estado permanente de guerra, conflitos armados, choques entre civilizações e intolerância religiosa, o cineasta Jacob Bender mergulha numa parte da História medieval pouco difundida nas sociedades ocidentais e reconta a vida e obra de Averroes e Maimônedes, dois pensadores espanhóis que em vida pregaram a convivência entre muçulmanos, judeus e cristãos, além de influírem na filosofia, na medicina e na ciência como um todo. Assista ao trailer.

O documentário “Os Sábios de Córdoba”, de 2009, não foi lançado no Brasil. A primeira exibição do filme no país se deu no ano passado, na ocasião do 4° Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer, também realizado na Cinemateca Brasileira.

“A ideia mais forte que este filme passa é a ideia da paz. Averroes, assim como Maimônedes, lutou para que a humanidade não perdesse a esperança”, afirmou Chaparro após a exibição do filme. O professor disse acreditar que Averroes desvendou mistérios para descobrir e ensinar a verdade, sendo esta o grande objetivo de seus estudos.

Para Chaparro, que diz entender a ética como uma razão de ser, Averroes foi o grande pioneiro da ética dos valores, e alegou que o mais importante legado desta ética é a Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Leia o primeiro artigo da declaração dos direitos humanos e veja como as ideias de Averroes estão presentes desde o início.”

Ausonia Donato chamou a atenção para a questão da tolerância. “Muitos de nós identificam o sentido de ‘tolerância’ como [sinônimo de] suportar o outro e não como [sinônimo de] aceitar o diferente”.

A professora afirmou que as escolas, muitas vezes, ao invés de contribuírem com a paz e a tolerância, discriminam e segregam algumas crianças que não se encaixam no “modelo ideal”, deixando claro aquelas que são as preferidas e as preteridas, fomentando a competitividade.

Já para Marco Túllio, o filme demonstra uma utopia, pois os homens já não sabem viver em harmonia uns com os outros devido a inveja e a ambição, que são, no seu ponto de vista, os maiores defeitos do ser humano. Religioso, o médico paliativista justifica que “Deus é infinitamente bom e nós somos a imagem e a semelhança de Deus, portanto temos que ser infinitamente bons”.

O professor ainda conta que, segundo estudo recente do médico escocês Derek Doyle, os primeiros a praticarem os cuidados paliativos foram os mulçumanos. Documentos encontrados apontam registros de tais procedimentos datados de 819 D.C.


Troféu Averroes

Destinado a pioneiros, compartilhadores e a quem se empenha pela paz e convívio entre povos, culturas, religiões e etnias, o Troféu Averroes – escultura criada pelo artista plástico Jaime Prades - foi entregue ao Prof. Marco Túllio em 2008, na primeira edição do Ciclo de Cinema e Reflexão; no ano seguinte, foi a vez de Ausonia Donato ganhar o prêmio; a edição de 2010, teve como ganhador o médico, pesquisador e professor Luiz Hildebrando Pereira da Silva; e, no ano passado, a pesquisadora, escritora e poetisa Eclea Bosi.

Já Manuel Carlos Chaparro será o homenageado deste ano, em cerimônia realizada no próximo sábado (15/09), às 14h, no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Com curadoria do senador italiano José Luiz Del Roio, a cerimônia contará com o concerto denominado “Tributo ao Professor Manuel Chaparro”, regido pelo núcleo de música Ensemble São Paulo.


Cerimônia de Encerramento

Ao fim da Mesa de Reflexão com os averroistas, Ana Luisa Zaniboni Gomes, diretora da OBORÉ, fez o lançamento oficial do Prata da Casa 5 – escritas do cotidiano de uma equipe que cuida. A publicação, que, desde 2008, recebe anualmente uma nova edição, lançada sempre nos Ciclos de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer, traz relatos de casos vividos por profissionais de saúde no exercício de cuidar de pacientes e seus familiares.

Em seguida, Henrique Parsons, representando o Hospital Premier, apresentou e leu a Carta Aberta sobre Cuidados Paliativos à População Brasileira, elaborada por 31 entidades de saúde vindas de todo o Brasil que, durante a semana do Ciclo, participaram da III Jornada de Cuidados Paliativos e do I Encontro Brasileiro de Serviços de Cuidados Paliativos.

A carta será entregue para autoridades competentes, entre elas Ministério da Saúde e da Educação, e destina-se a todos aqueles que trabalham ou tenham qualquer ligação ou interesse com cuidados paliativos. Seu lançamento oficial está previsto para 1° de outubro, dia do idoso.

Entre outros pontos, a Carta aponta que “os serviços de cuidados paliativos no Brasil são insuficientes para atender a população brasileira” e ressalta a necessidade de se criar políticas públicas nacionais sobre o tema. Entre as seis propostas sugeridas na carta, está a inserção nas universidades de disciplinas e cursos sobre cuidados paliativos. “Nossa intenção com a carta é contribuir para que haja uma política pública integrada sobre cuidados paliativos no Brasil”, afirmou Henrique Parsons.

Os agradecimento finais foram feitos por uma bancada composta por Henrique Parsons, representando o Hospital Premier; Marília Bense Othero, terapeuta ocupacional, representando o Grupo MAIS; Kleber Lincoln Gomes, médico psiquiatra e professor, em nome da Faculdade de Medicina de Itajubá; Dalva Youkie Matsumoto, médica oncologista e paliativista, diretora do Hospital Premier; e Sergio Gomes, representando a OBORÉ.


Ainda na sequência, os músicos do projeto “Música e Saúde” apresentaram o show 100 anos de Música Popular Brasileira, um misto de narrativa e música, que exibiu um repertório que foi desde Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha, que marca o início do choro, no final do século XIX; passando por Noel Rosa e Cartola; atravessando a década de 1940, com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso; os anos 1960 e 1970, com a era dos festivais, a Tropicália e a Jovem Guarda; o sertanejo de Milionário e José Rico e a viola caipira de Almir Sater; o rock protestante de Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso; até se encerrar com o pagode de Zeca Pagodinho.

 
 
 
   
  » Indique essa página a um amigo
 
 
 
Avenida Paulista, 2300 | Andar Pilotis | Edifício São Luis Gonzaga | 01310-300
São Paulo | SP | Brasil | 55 11 2847.4567 | (11) 99320.0068 |
obore@obore.com

Desenvolvimento

KBR Tec - Soluções Online