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  Cobertura de conflitos armados e política internacional foi tema da última conferência de imprensa do módulo
Texto: João Paulo Brito / Foto: Nivaldo Silva
  17/09/2012

Cobertura de conflitos armados e de política internacional foi o tema da quarta conferência de imprensa do XI Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado e Outras Situações de Violência, realizada neste sábado, 15 de setembro. A conferencista convidada foi a jornalista Cláudia Antunes, editora da revista Piauí.

Com vasta experiência jornalística, chegando a ocupar o cargo de editora de “Internacional” do Jornal do Brasil, Cláudia, chamou a atenção para a falta de uma agenda própria na imprensa brasileira para a cobertura de assuntos externos. Para ela, os jornais brasileiros não se sentem seguros em colocar temas em pautas se estes não estiverem sendo divulgados pelos grandes jornais internacionais, como “El País” e “New York Times”.

A jornalista exemplificou contando um caso, ocorrido em 2008, na ocasião em que a Colômbia atacou o acampamento das Farc no Equador. Cláudia, já na época editora de “Mundo”, na Folha de S.Paulo, relatou o impasse entre seus colegas na hora do fechamento para decidir se a matéria que falava sobre a invasão colombiana sairia na capa daquela edição, já que o tema ainda não estava ocupando espaço privilegiado em nenhum outro periódico estrangeiro. A escolha pelo destaque ao tema se mostrou acertada: a operação da Colômbia resultou na morte do número 2 das Farc, Raúl Reye; e com a libertação de 15 reféns, entre eles, a senadora Ingrid Betancourt.

A jornalista também citou exemplos recentes, como a cobertura da eleição angolana que foi realizada apenas pela BBC Brasil e o massacre dos mineiros na África do Sul, que “não teve uma cobertura decente”, nas palavras da jornalista, pela imprensa brasileira.


Cobertura de conflitos armados

“Em cobertura de conflitos armados”, defendeu a jornalista, “não vale muito a pena arriscar a vida”. Cláudia explicou que sempre as instruções de um editor a um repórter que estiver em meio a um conflito armado são para que ele saia da situação de risco. “Isso não impede que o repórter tenha certa ousadia, mas tem que ter cautela, usar colete a prova de balas, sair da favela quando um tiroteio começar.”

Na ocasião do assassinato do jornalista Tim Lopes, Cláudia Antunes chefiava a sucursal da Folha no Rio de Janeiro. Ela acredita que os meios de comunicação nunca fizeram uma autocrítica sobre as razões da morte do repórter no Complexo do Alemão. “Quem não sabe que se vende drogas e tem prostituição no morro do Alemão?”, disse a jornalista que acredita que a reportagem que Tim Lopes fazia podia certamente aumentar a audiência do programa Fantástico, da Globo, mas não contribuiria em nada no esclarecimento da realidade sobre aquela questão. “É preciso que o jornalista reflita se o que ele reportou ajudou a esclarecer aquela realidade”, concluiu.


Os Jovens Jornalistas

Sobre a nova geração de jornalistas, Cláudia Antunes disse perceber que os jovens repórteres chegam às redações ingênuos quanto aos discursos políticos. “Os jovens às vezes não têm a dimensão do peso que as palavras têm”, disse, ressaltando que em sua época de graduação, que cursou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve um grande aprendizado político – “principalmente fora da faculdade”.

A jornalista ressalta a necessidade de se pensar muito antes de escrever e que, apesar de a internet ter mudado a metodologia de se fazer jornalismo internacional – no início de sua carreira, há trinta anos, explicou ela, não havia TV a cabo, nem internet e o New York Times chegava nas redações três dias depois de sua publicação nos EUA -, é preciso se atentar as “nuances” das palavras, tendo em vista a facilidade com que as informações chegam atualmente com o advento da internet e com a facilidade de buscadores, como o Google.

Encerramento do curso

Esta foi a última coletiva do módulo que se iniciou em 18 de agosto com a presença do tenente-coronel Lamellas, oficial do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), tendo ainda Gabriel Valladares, assessor jurídico do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), no dia 25 daquele mês, e o coronel da reserva da PM, Andre Vianna, no 1° de setembro. O curso também contou com apresença de Felipe Donoso, chefe da Delegação Regional para a América Latina do CICV, que palestrou, no dia 4 de agosto, no encontro de seleção realizado na Matilha Cultural.

O encerramento oficial do módulo será no dia 29 de setembro, às 08h30, na Câmara Municipal, e contará com a presença de Reginaldo Nasser, professor do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O curso é promovido pela OBORÉ Projetos Especiais em Comunicações e Artes e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha e conta com o apoio da ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, SINPRO-SP (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), Matilha Cultural, Hospital Premier e Câmara Municipal de São Paulo.

Programação:

29 de setembro

8h30 – Cerimônia de encerramento
Exposição de Reginaldo Nasser, professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, sobre a cobertura jornalística de política externa brasileira, além dos atores tradicionais.
Local: Câmara Municipal – Auditório Sérgio Vieira de Mello (Viaduto Jacareí 100 – Bela Vista Sao Paulo)

Aconteceu:

André Vianna, coronel da reserva da PM, falou sobre normas de conduta e de uso da força e armas de fogo para a PM.

Gabriel Valladares, assessor jurídico do CICV, falou sobre as normas aplicáveis em conflitos armados e outras situações de violência e as contribuições do CICV, na segunda conferência de imprensa, realizada em 25 de agosto.

Em 18 de agosto o tenente-coronel Sergio Ricardo Curvelo Lamellas, Oficial do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), falou sobre a relação do Exército com a imprensa e a atuação das tropas militares no Haiti.

Com palestra de Felipe Donoso, chefe da Delegação Regional do CICV, dezenas de estudantes se reuniram na Matilha Cultural no encontro de seleção para o módulo Jornalismo em Situações de Conflito Armado, em 04 de agosto.

 
 
 
   
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