Quinta-feira, 28 de Março de 2024 Pesquisa no site
 
A OBORÉ
  Abertura
  Histórico
  Missão
  Frentes de Trabalho
  Parceiros
  Prêmios
  Fale Conosco
  Galeria de Fotos
Núcleo de Rádio
Núcleo de Cursos
Núcleo de Gestão da Informação
Notícias
Atividades Especiais
  Entidades se reúnem na OBORÉ para dar voz aos ´´sem- papel´´
Terlânia Bruno
  13/01/2003

Representantes da comunidade latino-americana em São Paulo estiveram reunidos na OBORÉ, no último sábado, para falar sobre a situação dos cerca de 200 mil imigrantes sul-americanos que vivem na cidade e buscar apoio para que essas pessoas possam se integrar à sociedade já que a maioria, por falta da documentação legal, se esconde na clandestinidade.

Segundo estimativa da Associação Cultural Bolívia-Brasil – BOLBRA – existem de 80 a 100 mil bolivianos espalhados na cidade. Para agregar o povo boliviano que mora em São Paulo, a BOLBRA manteve por alguns dias um programa numa rádio comunitária, lacrada recentemente pela Polícia Federal.

Sem documentos e sem voz, a comunidade, principalmente boliviana, cuja força de trabalho se concentra na indústria de confecção de roupas, se submete a trabalhar em condições precárias nas fábricas da região do Brás e Bom Retiro.

Os diretores da BOLBRA, Hugo Diaz e Gladys Diaz, preocupados com a dificuldade de contato com seus conterrâneos, afirmam ser fundamental um programa de rádio voltado à comunidade de língua espanhola. "Precisamos nos comunicar com nossa gente para que as pessoas se sintam com apoio e não precisem se esconder e, ao mesmo tempo, deixar claro para as autoridades brasileiras que o povo boliviano não tem nada a esconder, pelo contrário, quer trabalhar livremente e viver como verdadeiros cidadãos", diz Gladys.

Também foram convidadas para a reunião as entidades da Vila Buarque (Biblioteca Monteiro Lobato, Igreja da Consolação, Sindicato dos Jornalistas, Condomínio Edifício Copan), além da Faculdade de Saúde Pública/USP e Rádio Heliópolis, que propuseram o anteprojeto da lei 145/01 que dota o poder local de meios para regulamentar o funcionamento de rádios comunitárias em São Paulo. Essa lei é de autoria dos vereadores Carlos Néder (PT) e Ricardo Montoro (PSDB).

Sem vacina - O medo de se mostrar só complica a situação. Sem vacinação adequada, os imigrantes colocam em risco sua saúde e a da comunidade onde se estabelecem. Segundo Mariângela Camargo Mesquita, representante do Distrito de Saúde da Sé, o Programa de Saúde da Família (PSF), que visita as famílias em suas próprias casas, tem encontrado dificuldades no atendimento à população latina.

"Acho que a reunião foi muito importante para se estabelecer contato com essas pessoas e entender melhor o que fazer para ajudá-las. Feitos os contatos, agora é ver de que forma aproximá-las do PSF que não faz nenhum tipo de distinção, todos são atendidos sem nenhuma exigência quanto a documentação".

Representando o vereador Ricardo Montoro, Ivan Rabelo colocou o gabinete do vereador à disposição dos latino-americanos "para ajudar no que for possível". "Mais uma vez está provada a importância do projeto de lei 145 e é fundamental que as pessoas se unam e, através de abaixo-assinado, fortaleçam o projeto na hora da votação".

Participaram ainda da reunião, Alejandro Santander, do Partido Socialista do Chile, e o jornalista Patricio de la Barra, representando os cerca de 40 mil chilenos que vivem no Brasil, além de Juan Plaza, coordenador da Pastoral Latino-Americana. Eles foram unânimes ao avaliar a reunião como "positiva e necessária" para a integração desses imigrantes que vivem em São Paulo e se comprometeram a apoiar e acompanhar de perto a votação do PL 145/01.

Assim como os dirigentes da BOLBRA, eles acreditam que para o contato com suas comunidades, o melhor e mais eficaz meio de comunicação é o rádio. A idéia é que, a partir de agora, os encontros se dêem periodicamente. Foram estabelecidas as seguintes prioridades imediatas: obter espaço numa rádio comercial para um programa voltado para "dar voz aos que não têm papéis" e abaixo-assinado de apoio ao PL 145/01.

As apresentadoras da Rádio Heliópolis, Maria Aparecida Lourenço e Ermelinda Quirino, falaram de seus trabalhos na emissora comunitária há cinco anos funcionando na maior favela de São Paulo e fizeram convite aos presentes para uma visita a rádio. Em nome da Biblioteca Monteiro Lobato, William Okubo ofereceu o auditório da biblioteca para eventuais reuniões. Também participou da reunião, o médico Mário Mendes, da Delegacia Regional do Trabalho/SP.

 
 
 
   
  » Indique essa página a um amigo
 
 
 
Avenida Paulista, 2300 | Andar Pilotis | Edifício São Luis Gonzaga | 01310-300
São Paulo | SP | Brasil | 55 11 2847.4567 | (11) 99320.0068 |
obore@obore.com

Desenvolvimento

KBR Tec - Soluções Online