Jean-François Olivier, representante da Delegação do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) no Brasil, à direita, fala para os estudantes do I Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado. (foto Regina Vilela)

Jean François Olivier, representante da Delegação do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) no Brasil foi o palestrante da abertua do I Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado, promovido pelo CICV e OBORÉ.

Esta é a primeira vez em que o Comitê promove curso para estudantes de jornalismo no Brasil. Ao todo, 88 candidatos se inscreveram, resultando num grupo final de 21 selecionados que frequentam o curso de duração de cinco sábados, num total de 15 horas.

Neste primeiro dia, Olivier falou da criação e da atuação do CICV no mundo, abordando tanto fatos históricos quanto episódios recentes, como Afeganistão, Timor, Israel e Bósnia.

Pontos polêmicos surgiram das perguntas dos estudantes, durante a entrevista coletiva. Um deles foi o da escalada de violência no Rio de Janeiro, onde grupos com armamentos de uso exclusivo das Forças Armadas enfrentam-se na disputa pelo tráfico de drogas nas favelas, impedindo ou restringindo o acesso do Estado a estas áreas.

Os programas que a entidade desenvolve com as Polícias Militares da América Latina também foram alvo de curiosidade dos futuros jornalistas. Programas que discutem o respeito aos Direitos Humanos nas polícias e que prevêem o debate destes temas nas escolas ocuparam boa parte do debate.

Do ponto de vista histórico, a atuação do CICV durante a Segunda Guerra Mundial foi questionada, como também a visão romântica sobre a criação da entidade. 

Para o representante do Comitê, todas as perguntas foram pertinentes, revelando que os estudantes pesquisaram o tema e chegaram preparados para a entrevista.

Do lado dos estudantes, os principais comentários foram sobre a experiência - para alguns, inédita - de participar de uma entrevista coletiva de verdade.

Na próxima semana, o convidado é Tarciso Jardim, consultor jurídico da Delegação do CICV no Brasil. Ele falará sobre os aspectos jurídicos da guerra, como as Convenções de Genebra e os tratados internacionais que regem o Direito Internacional Humanitário.